Autor: Agência EFE.
Editora e Canal: Terra.
Tipo de documento: Notícias.
Língua: Espanhol.
Assunto: Povos Indígenas.
As palavras-chave: Afro-descendentes, desenvolvimento e povos indígenas.
Países e Regiões: América Latina.
A secretária executiva da CEPAL, a mexicana Alicia Bárcena, disse hoje, 9 de agosto, a EFE, que na América Latina e no Caribe vivem uns 46 milhões de indígenas e 120 milhões de afro-descendentes. E revelou que o Equador e a Bolívia são os dois países que mais avançaram nas políticas favoráveis aos indígenas.
A população afro-descendente está perto de triplicar em número os povos originários americanos. "Nesse assunto, há um pouco de silêncio estatístico", assinalou a responsável da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL).
Bárcena concedeu uma entrevista à EFE, hoje, Dia Internacional dos Povos Indígenas, por ocasião da Primeira Reunião da Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento, que acontecerá a partir de segunda-feira, 12, no Uruguai.
Há perto de 670 povos originários reconhecidos pelos Estados da América Latina, explicou Bárcena. E destacou que a Bolívia e o Equador são os países que mais avançaram no reconhecimento dos direitos dos povos indígenas em nível estatal; houve, também, progressos no México.
No primeiro caso, ao converter-se em Estado Plurinacional da Bolívia, presidido, também, por um indígena, Evo Morales; e no segundo caso, sob a bandeira da chamada "revolução cidadã" que dirige o presidente Rafael Correa.
Já no México, podemos afirmar que também houve progressos. Nesse país, "estão sendo reconhecidos os seus direitos e há programas específicos de apoio" a esses grupos, afirmou a responsável do organismo regional das Nações Unidas.
"Há muitos aspectos a serem abordados noutros lugares”, disse Bárcena. No seu entendimento, "avançou-se muito no terreno dos direitos e da legislação, mas menos quanto ao respeito aos seus modos de pensar, de fazer e de produzir".
"Há muita relação entre os povos indígenas, suas terras e seus conceitos de desenvolvimento, acho que há alguns países que não conseguiram inserir profundamente os povos indígenas dentro do seu conceito nacional", refletiu a alta funcionária das Nações Unidas.
Bárcena mencionou o Chile, onde, no seu entendimento, a Ilha de Páscoa, no meio do Oceano Pacífico e famosa por suas moais, as gigantescas figuras de pedra da cultura polinésia, "é provável que esteja mais integrada ao país que a região mapuche".
Os mapuches, a principal etnia indígena do país, se concentram nas regiões da Araucania e no Biobío, a uns 600 quilômetros a sul de Santiago, a capital, e desde os anos 90 estão em conflito com empresas agrícolas e florestais pela propriedade de terras que consideram ancestrais.